RAPHAEL MARTINELLI

Contar a história de Raphael Martinelli é passear, ora com garras, ora encantamentos, pelos muitos componentes de sua vida de luta e comprometimento com a sociedade brasileira.

Seja desde sua entrada na vida política, ainda muito jovem, militando no Partido Comunista, seja como Presidente da Federação Nacional dos Ferroviários, de onde se situam várias greves vitoriosas e históricas; seja na criação e presidência do CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), na fundação da ALN (Aliança Libertadora Nacional), após ser expulso do Partido Comunista de Prestes; seja na amizade singular com Jango e a vivência em carne viva do Golpe de 1964; seja na sua clandestinidade pós-golpe, seguida de sua perseguição, tortura e prisão, na Ditadura Militar.

Após quase quatro anos preso, é devolvido à sociedade e reinicia de onde parou. Forma-se em Direito, e dá partida a novos caminhos dentro do Sindicato dos Ferroviários. Cria o reconhecido Fórum dos Ex- Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, do qual foi presidente, e se torna o criador da lei estadual da Indenização aos familiares de presos políticos, com o reconhecimento do Estado pela reparação das atrocidades feitas à época do Regime Militar.

Documentar sua história é captar o amor incondicional pelo Brasil e esbarrar em seu mais incontestável sonho solidário de sociedade e dedicação à luta pelo ideal. É contemplar a vastidão do homem dentro do próprio homem.

Seu livro “Estações de Ferro”, biografia lançada em 2014, é pano de fundo para o retrato fiel do revolucionário e idealista, que tentamos captar para a execução do filme.

Em outubro, fará 92 anos e, incansavelmente, continua a trilhar, não com menos entusiasmo, o sonho que fomentou ainda jovem. Nem seu físico e tão pouco sua mente ávida, podem revelar a idade real.

Captar a alma não corruptível num cenário político que se norteia pela fina teia de corrupções, o faz uma lenda viva de nosso país.

Nasceu em São Paulo, em 16 de outubro de 1924. Militante político desde os 16 anos; com mais de 70 anos dedicado à luta pelo Socialismo.

Está no livro dos 500 anos do Brasil como um dos maiores líderes sindicais que o país já teve.

Comunista, recebeu o Prêmio Vladmir Herzog como reconhecimento de sua trajetória pela Anistia e Direitos Humanos no país, entre outros.

Criador e um dos fundadores do Memorial da Resistência do Estado de São Paulo.

Fundador do Partido dos Trabalhadores e criador de todo programa de transportes ferroviários do Partido.

Atualmente é advogado do Sindicato dos Ferroviários e está criando a Sede das “Memórias da Ferrovia e dos Ferroviários”, cujo objetivo é reunir todo acervo ferroviário do Brasil.